segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Casa de Vidro- Lina Bo Bardi









Boa tarde,
Nascida na Itália Lina Bo Bardi mudou para o Brasil com o seu marido e decidiram construir o que então seria sua casa, em São Paulo, A casa de Vidro. Foi construída em 1951, e é um exemplo do que se podia fazer com o código de Normas Brasileiro daquela época, hoje a estrutura usada na casa é proibida. O engenheiro Tullio Stucchi executou os cálculos estruturais da casa, toda em cristal, sendo a estrutura vertical constituída por tucos Manessmann e simples tubos d e Eternit e a estrutura horizontal de concreto armado. A casa é marcada pela transparência dos grandes panos de vidro e pela leveza de suas estruturas de aço.
Uma das primeiras finalidades de Lina foi manter o perfil natural do terreno, muito inclinado, o que influiu para que a frente da casa fosse construída sobre pilotis, mas sem deixar de fazer referência a um dos cinco pontos da arquitetura propostos por Le Corbusier. A parte de trás da residência ficou, portanto, apoiada em muros de concreto diretamente sobre o terreno.


A estrutura vertical se compõe por magros tubos de aço, dispostos em uma modulação de quatro módulos de largura por cinco de profundidade. Formam o pilotis da residência e avançam pela laje do piso superior até alcançarem a laje de coberta, ambas de concreto armado. A casa se vê, assim, como uma caixa transparente flutuante em meio da natureza. Assim, ao mesmo tempo que a casa atua como um refúgio, proporciona uma vida em constante contato com a natureza e contemplação da paisagem. O casal Bardi pretendia, com isso, desfrutar dos nasceres e pores-do-sol, das chuvas e tempestades, das mudanças naturais.


A casa está dividida em duas porções bem definidas. A primeira representa o salão de estar e jantar, dominada pelas grandes aberturas de vidro. Ocupa toda a largura e os dois primeiros módulos da profundidade da residência. Ao centro desse salão se encontra um pátio, no qual foi mantida uma árvore remanescente da vegetação local. Além de servir como elemento de amenização climática, possibilitando ventilação cruzada nos dias quentes, esse elemento reforça o desejado contato com a natureza, além de, mais uma vez, fazer menção aos mestres modernos, através das casas-pátio de Mies van der Rohe. Uma escada aberta, feita com estrutura de aço e degraus de granito, é o acesso principal ao andar superior da casa. Seu desenho de linhas simples é o único elemento que se sobressai no vazio do pilotis.


A segunda porção é formada pela área dos dormitórios e de serviços, os quais ocupam os três módulos posteriores e configuram a parte maciça e opaca da casa. Os dormitórios são adjacentes ao salão de estar e a área de serviços forma o último módulo, a norte. Conectando essas duas faixas está a cozinha, que junto a outro patio aberto, mais amplo que aquele do salão de estar, conformam a faixa central dessa porção maciça da residência. O patio é mais uma vez um elemento essencial para o conforto da casa, permitindo a ventilação de todos os dormitórios. No primeiro piso, além disso, se encontram as zonas de máquinas e a garagem.



Em 1987, a Casa de Vidro foi tombada pelo CONDEPHAAT como patrimônio histórico do estado de São Paulo e desde 1995 é sede do Inatituto Lina Bo e P. M. Bardi  e abriga parte da coleção de arte adquirida pelo casal ao longo de suas vidas.



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